sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SE NÃO ESTÁ BOM, SEPARA


Apesar de anos de terapia, anos de desabafo com as colegas, anos tentando deglutir, colocar a culpa no outro, existe dentro de mim a certeza que estou errada.
Não vou negar que acho um pouco adolescente aquela ideia “se não está bom, separa”, acredito que qualquer adulto, ou melhor, qualquer pessoa, que tenha vivido alguns relacionamentos em sua vida, sabem como é difícil a separação, seja ela um divórcio legal ou apenas a divisão das escovas de dentes. Muitas vezes as coisas não seguem tão fáceis como 1 + 1 = 2, sim, as coisas não estão boas, mas você tem filhos, por vezes, bens materiais, o velho e bom “estou acostumada com ele/a”, a troca do “certo” pelo duvidoso.
As vezes, na tentativa de achar uma solução vamos colocando na balança os prós e os contras e percebemos que a balança fica ali, igual, sem se mover e ai, o que fazer? Esperar. E enquanto esperamos acabamos que não saímos de um relacionamento para entrar no outro, levamos por um tempo concomitantemente as “duas vidas”.

UM POUCO DOS MOTIVOS:
Primeiramente, não sou escritora e peço desculpas se tropeço na gramática ou nas normas técnicas.
Em segundo lugar, não queria ser ofendida, basta meu próprio auto julgamento. Opiniões são bem vindas.
Se coloco tudo isso em “público” é apenas como forma de desabafo, uma tentativa de deixar as coisas mais lineares se colocadas no papel, como um gráfico que quando se bate os olhos, interpretamos. Quem sabe seguindo minhas próprias pistas eu me encontro, como um João e Maria, deixando pedacinhos de biscoitos pelo caminho. Talvez não encontre a mim, nada mude, mas encontre pessoas que passam pelos mesmos conflitos que eu e possam ajudar a fazer com que eu me sinta menos “anormal ou imoral”.

SE FAMILIARIZANDO:
Apesar de não gostar dos rótulos colocados pela sociedade, me encaixo em alguns para que possam me ver através dessas lentes tão conhecidas:
Brasileira de São Paulo capital;
Branca;
Mãe na adolescência;
Heterossexual convicta até os 27 anos, agora bissexual (me sinto atraída pelos dois sexos);
Fora dos padrões de beleza magricela e de cabelo liso. Atualmente 1,74cm e 90kg;
Nível universitário concluído em universidade particular as duras penas aos 32 anos;
Casada (sem filhos com o parceiro);
Atualmente morando na Europa, sem emprego fixo.

ELE ATRAVÉS DOS MEUS OLHOS:
Brasileiro do nordeste do Brasil, R. chegou em SP há 18 anos, quando descobriu que poderia ter muito mais rock and roll em sua vida do que tinha na cidade do interior de São Paulo onde vivia. Sortudo ou trabalhador que é, na primeira semana conseguiu emprego de ajudante geral em uma pequena fábrica na ZL, o que daria para suas “pingas” e ajudar um pouco nas despesas da casa do tio onde ia viver.
Disse que antes de mim só tinha transado com uma menina, uma vez, numa noite fria, em plena rua, no interior de SP, que gostava mais de cachaça do que de mulheres durante a fase adulta. Mas que aguardava ansioso pelo dia que conheceria a pessoa que te faria abandonar tudo aquilo. 

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