terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PRIMEIRA TRANSA COM UMA MULHER


E foi com uma mulher bonita, masculinizada e casada, a primeira vez que ela transou com uma mulher.
Ela que sempre tinha se feito perguntas do tipo “não falta nada?”, “como é que é?, “é bom?” agora tinha suas próprias respostas: não, não falta nada, é ótimo e é sexo, normal. Normal, como é sexo, se é que dá para chamar sexo de normal, sempre que pensava racionalmente, achava meio animal, uma porção de coisas e minutos para chegar no final que dura tão pouco, infelizmente.
Conheceu Erica através de uma amiga em comum, ela era do tipo que fala para os cães “vem com o papai”, usa apenas shorts, camiseta e vivia com uma mulher há 10 anos, estavam prontas para oficializar a união perante um juiz e um “padre”, foi assim, com tudo contra e de forma inusitada que surgiu aquela paixonite doida. Foi assim que descobriu que Rosa não seria a única mulher de sua vida e que diferente dela, com Erica haveria sexo.
Após centenas de sms e dezenas de e-mails, o primeiro encontro foi num motel de quinta categoria, no metro Jabaquara em São Paulo, como era casada Erica não poderia se dar ao luxo de um encontro romântico em um bar ou restaurante, logo de cara a sugestão foi o motel e numa suite cheirando cola e tapete molhado transaram.
Ela estava nervosa, tremia, suava, os beijos de Erica eram intensos, longos, molhados, aos poucos foram retirando as roupas e ela viu a lingerie branca com renda de Erica notou como era feminina, diferente das roupas que usava, isso a excitou ainda mais.
As carícias se intensificaram e aquela perda de senso de tempo surgiu, ficou apenas o som da música, pela janela o brilho do sol que já estava se pondo, a respiração e o desejo. Já não restavam roupas ou medos. Erica que a primeira vista tomaria as rédeas e a levaria por um terreno, até então, desconhecido, abriu suas pernas e pediu que ela invadisse seu órgão, ela notou em como estava quente e molhado, inicialmente Erica a ajudou com suas próprias mãos, os primeiros movimentos tímidos e desastrados surgiram, mas em poucos segundos aquela dança já se desenvolvia e é como se fizesse com ela mesma que ela levou Erica ao clímax.
Tomaram banho juntas, desperdiçaram muita água e sabão de hotel barato. Voltaram para cama e ela recebeu o melhor sexo oral que já recebera em toda sua vida. E ali também, naquele momento, colocara a boca, a língua, os sentidos em algo que ela sempre imaginou que era feio e sujo. Em meio aquilo tudo, ela só conseguia pensar em como era bom.
Se encontraram algumas outras vezes, mas a paixonite assim como veio, se foi, sem explicação. A esposa nunca descobriu, sempre que pensa nisso sente um certo orgulho de seu “crime perfeito”. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PRIMEIRO BEIJO COM UMA MULHER

E foi assim, no meio de grande confusão sentimental, entre um marido que não lhe dava o que ela sonhava em um casamento, apesar de inúmeras tentativas de conversa, entre um grupo de amigas quase que integralmente homossexuais que ela se entregou a sua primeira experiência com uma mulher. Doce experiência.

Em um bar comum, onde estivera dezenas de outras vezes, frequentado quase que na totalidade por homossexuais femininos que ela conheceu Rosa, ela havia bebido um pouco demais. Mas não, não foi esse o motivo, mas foi a bebida com suas mãos gatunas que retirou todos os freios daquele desejo que deveria habitar seu corpo, algum lugar frio e distante, desconhecido até pela dona, mas que ali estava. Rosa era um pouco mais velha que ela, mas tinha nos olhos a ânsia de uma adolescente, talvez tenha sido isso o que de fato a atraiu a Rosa, a ânsia do olhar.
Apesar de ter sido alertada que não era homossexual, Rosa a chamou para fora do bar, longe dos olhares risonhos das amigas, disse que já a havia visto ali outras vezes e que sempre a notara, mas somente naquele dia, tivera a coragem necessária para retirá-la do meio das amigas. Foi assim, somente com essa explicação, que ela a envolveu nos braços, com a mão de alguém que sabe o que faz, prendeu-lhe pela nuca e roubará-lhe um beijo. Sem pedidos, sem falsas histórias, sem tentar persuadia-la a experimentar uma relação homossexual. O calor que ela sentiu, ali naquela famosa rua do bairro da Vila Madalena, até hoje percorre seus órgãos, um calor que subiu até transformar-se num nó na garganta, de medo, ansiedade e desejo.
Por inocência ou por medo, ela jurou a Rosa que nunca havia se apaixonado por outra mulher anteriormente e que isso jamais ocorreria, pois Rosa era a única mulher capaz de despertar-lhe tal desejo. Nunca transaram, mas viveram um relacionamento intenso e profundo por 3 meses. Assim como a jura feita no altar há 8 anos, ela traiu a si mesmo, pois aquele foi apenas o primeiro de muitos encontros com mulheres que ela viveria. Doces encontros. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

DEFININDO TRAIÇÃO


Falando um pouco sobre a traição.

TRAIÇÃO: ato ou efeito de trair ; intriga; deslealdade; aleivosia; perfídia; cilada; infidelidade.

Acredito que não existe ninguém que nunca tenha passado por isso, alguma vez na vida, de um lado ou de outro, como traidor ou traído. Acrescento também outros tipos de traições, não menos doloridas do que a traição de um casal. São atos, por vezes, “pequenos” que alteram para sempre os envolvidos, impossível deixar a relação como antes, após uma traição. É aquele velho clichê da xícara quebrada que nunca mais fica igual, mesmo remendada. *
Gostaria de colocar aqui, aquilo que não foi falado, por falta de ouvinte, coragem, oportunidade, maturidade, conhecimento, mas necessita ser exposto. Quem sabe trocar informações com pessoas que passam ou passaram pelas mesmas angústias e culpas, ou melhor, pessoas que passaram por tais situações incólumes.

CULPA CRISTÃ
Falando em traição, traidor e afins, não consigo deixar de me lembrar minha reunião pré casamento na igreja católica. Era uma dessas reuniões onde vários casais se juntam para debater, há casais casados há anos mas vão oficializar na igreja, noivos pela primeira vez, divorciados em processos de novos casamentos, acontece um debate interessante e engraçado onde se aprende muito, aprende até o que não se fazer.
Nesse meu “curso” o padre falou alguns minutos sobre a importância de uma união, blábláblá que eu deveria ter internalizado antes de me casar, entre tudo falou da importância da fidelidade.
Segundo ele, para Deus não existe pecadinho ou pecadão, trair é o simples ato de pensar em outra pessoa ou de trepar loucamente, para Deus, isso é indiferente.
Nunca mais esqueci isso e confesso que por  vezes pensei “bom, foda-se, já que olhei e desejei, vamos enfiar o pé na jaca”.
Mas com o passar do tempo e várias reflexões, percebo que é difícil chegar num consenso quando o assunto é traição, sexo, fidelidade, trair é pessoal, assim como dizer que fez sexo com alguém, cada um estabelece um ponto onde se imagina que é o aceitável e apartir dali, traiu, transou... ** Enfim, várias variantes onde o que deve ser levado em conta é o que você sente.

* Lembrei de um filme japonês  lindinho, chamado O caminho para casa, numa cena, uma linda peça de porcelana é quebrada e na época que a história do filme se passa, as louças não eram repostas com tanta facilidade como hoje, então um homem, especialista, é chamado para reconstruir a peça e o trabalho é inacreditável. Mas continua sendo uma peça reconstruída, eu sei.
** Assunto batido, mas cada um tem sua forma de ver e encarar o que é consumar o ato sexual, por exemplo, sai com um cara e só rolou sexo oral, é ter feito sexo? Masturbação a dois é sexo? Penetração é sexo? Fazer sexo anal para continuar com a virgindade vaginal é ser virgem? Só se envolveu pela internet, é traição? 

Imagem obtida através do Google Imagens

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A PRIMEIRA TRAIÇÃO


A primeira vez a gente nunca esquece.
Na verdade não me lembro muito bem o ano, sei que foi antes de 2004, talvez 2003.
Lembro que estava insatisfeita com o casamento, me sentia sozinha, com pouco carinho, R. nunca foi um cara de muito papo, lembro muito bem que no inicio do casamento cheguei a colocá-lo em check, ou procura ajuda psiquiátrica para o mau humor ou eu não quero mais. Ele até tentou, mas o médico ironizou que quem precisava de ajuda era sua esposa que deveria sorrir demais, ele era um cara normal.
Lembro que gostava dele quando bebia nos finais de semana, ficava comunicativo, alegre, amoroso, fazia milhares de declarações, mas o dia a dia era pavoroso, uma prisão para mim, uma pessoa que eu não podia conversar, a pessoa que deveria ser meu companheiro.
Cheguei fazer um caderno com diversos dias de desabafo, está no Brasil, senão postava trechos com datas, mais de ano de angústia. Toda vez que começava a tentar conversar ele saía e me deixava falando sozinha, o que gerou a espécie de um bloqueio.

O FATO:
Na época, ele pediu para sair do emprego onde estivera desde que chegou do interior, o patrão não pagava o salário dos empregados após a morte do pai, estávamos com as últimas prestações do carro usado atrasadas, estava verdadeiramente deprimido e ranzinza, por mais que eu quisesse ajudá-lo não podia sequer conversar com ele, tudo era motivo de patadas.
Foi ai que resolvi ajudá-lo, tinha experiencia em telemarketing e sabia que os juros propostos pelos bancos poderiam diminuir se você fosse altamente convincente, liguei lá e um atendente homem me atendeu, de cara falou que minha voz era bonita e que sim, me daria um bom desconto, mas que para isso ele precisaria esperar uns dias, pois as taxas alteram de acordo com a cotação do dólar, mas que ele pessoalmente se comprometeria a me ligar, quando a melhor taxa aparecesse, pegou meu telefone pessoal e me ligava constantemente para me informar as variações e realizar o tal desconto. No dia de melhor juros, me ligou conforme o combinado e foi claro, “eu faço questão de te entregar em mãos o boleto”. Mil dúvidas, mas por que não?
Encontrei com ele no metro Patriarca, nunca esqueço, tinha uma rua com uma subida enormmmmmeeee, cheguei lá em cima toda suada, mas segundo ele tinha uma praça sossegada para conversamos melhor.
Foi ali que troquei meu primeiro beijo com outro homem após minha jura no altar.
Ficamos só nos beijos e só naquele encontro. Mas foi o primeira traição de muitas que surgiriam.

“Porque quando eu jurei meu amor, eu trai a mim mesmo, hoje eu sei...” Raul Seixas


SE NÃO ESTÁ BOM, SEPARA


Apesar de anos de terapia, anos de desabafo com as colegas, anos tentando deglutir, colocar a culpa no outro, existe dentro de mim a certeza que estou errada.
Não vou negar que acho um pouco adolescente aquela ideia “se não está bom, separa”, acredito que qualquer adulto, ou melhor, qualquer pessoa, que tenha vivido alguns relacionamentos em sua vida, sabem como é difícil a separação, seja ela um divórcio legal ou apenas a divisão das escovas de dentes. Muitas vezes as coisas não seguem tão fáceis como 1 + 1 = 2, sim, as coisas não estão boas, mas você tem filhos, por vezes, bens materiais, o velho e bom “estou acostumada com ele/a”, a troca do “certo” pelo duvidoso.
As vezes, na tentativa de achar uma solução vamos colocando na balança os prós e os contras e percebemos que a balança fica ali, igual, sem se mover e ai, o que fazer? Esperar. E enquanto esperamos acabamos que não saímos de um relacionamento para entrar no outro, levamos por um tempo concomitantemente as “duas vidas”.

UM POUCO DOS MOTIVOS:
Primeiramente, não sou escritora e peço desculpas se tropeço na gramática ou nas normas técnicas.
Em segundo lugar, não queria ser ofendida, basta meu próprio auto julgamento. Opiniões são bem vindas.
Se coloco tudo isso em “público” é apenas como forma de desabafo, uma tentativa de deixar as coisas mais lineares se colocadas no papel, como um gráfico que quando se bate os olhos, interpretamos. Quem sabe seguindo minhas próprias pistas eu me encontro, como um João e Maria, deixando pedacinhos de biscoitos pelo caminho. Talvez não encontre a mim, nada mude, mas encontre pessoas que passam pelos mesmos conflitos que eu e possam ajudar a fazer com que eu me sinta menos “anormal ou imoral”.

SE FAMILIARIZANDO:
Apesar de não gostar dos rótulos colocados pela sociedade, me encaixo em alguns para que possam me ver através dessas lentes tão conhecidas:
Brasileira de São Paulo capital;
Branca;
Mãe na adolescência;
Heterossexual convicta até os 27 anos, agora bissexual (me sinto atraída pelos dois sexos);
Fora dos padrões de beleza magricela e de cabelo liso. Atualmente 1,74cm e 90kg;
Nível universitário concluído em universidade particular as duras penas aos 32 anos;
Casada (sem filhos com o parceiro);
Atualmente morando na Europa, sem emprego fixo.

ELE ATRAVÉS DOS MEUS OLHOS:
Brasileiro do nordeste do Brasil, R. chegou em SP há 18 anos, quando descobriu que poderia ter muito mais rock and roll em sua vida do que tinha na cidade do interior de São Paulo onde vivia. Sortudo ou trabalhador que é, na primeira semana conseguiu emprego de ajudante geral em uma pequena fábrica na ZL, o que daria para suas “pingas” e ajudar um pouco nas despesas da casa do tio onde ia viver.
Disse que antes de mim só tinha transado com uma menina, uma vez, numa noite fria, em plena rua, no interior de SP, que gostava mais de cachaça do que de mulheres durante a fase adulta. Mas que aguardava ansioso pelo dia que conheceria a pessoa que te faria abandonar tudo aquilo. 

DESCRIÇÃO DE UMA TRAIDORA


Sou brasileira, paulistana, 30 e poucos  anos, bissexual, conforme minha certidão de casamento sou casada há 13 anos. Tenho a história de milhões de outras brasileiras de classe baixa, de luta e dificuldade. Mas as vezes, me sinto a única. Não sou católica, mas levo uma  culpa católica dentro de mim, carrego o peso de ser infiel, mesmo tendo um “marido exemplar”.