E foi com uma mulher bonita, masculinizada e casada, a primeira vez que
ela transou com uma mulher.
Ela que sempre tinha se feito perguntas do tipo “não falta nada?”, “como
é que é?, “é bom?” agora tinha suas próprias respostas: não, não falta nada, é
ótimo e é sexo, normal. Normal, como é sexo, se é que dá para chamar sexo de
normal, sempre que pensava racionalmente, achava meio animal, uma porção de
coisas e minutos para chegar no final que dura tão pouco, infelizmente.
Conheceu Erica através de uma amiga em comum, ela era do tipo que fala
para os cães “vem com o papai”, usa apenas shorts, camiseta e vivia com uma
mulher há 10 anos, estavam prontas para oficializar a união perante um juiz e
um “padre”, foi assim, com tudo contra e de forma inusitada que surgiu aquela
paixonite doida. Foi assim que descobriu que Rosa não seria a única mulher de
sua vida e que diferente dela, com Erica haveria sexo.
Após centenas de sms e dezenas de e-mails, o primeiro encontro foi num
motel de quinta categoria, no metro Jabaquara em São Paulo, como era casada
Erica não poderia se dar ao luxo de um encontro romântico em um bar ou
restaurante, logo de cara a sugestão foi o motel e numa suite cheirando cola e
tapete molhado transaram.
Ela estava nervosa, tremia, suava, os beijos de Erica eram intensos,
longos, molhados, aos poucos foram retirando as roupas e ela viu a lingerie branca
com renda de Erica notou como era feminina, diferente das roupas que usava,
isso a excitou ainda mais.
As carícias se intensificaram e aquela perda de senso de tempo surgiu,
ficou apenas o som da música, pela janela o brilho do sol que já estava se
pondo, a respiração e o desejo. Já não restavam roupas ou medos. Erica que a
primeira vista tomaria as rédeas e a levaria por um terreno, até então,
desconhecido, abriu suas pernas e pediu que ela invadisse seu órgão, ela notou
em como estava quente e molhado, inicialmente Erica a ajudou com suas próprias
mãos, os primeiros movimentos tímidos e desastrados surgiram, mas em poucos segundos
aquela dança já se desenvolvia e é como se fizesse com ela mesma que ela levou
Erica ao clímax.
Tomaram banho juntas, desperdiçaram muita água e sabão de hotel barato.
Voltaram para cama e ela recebeu o melhor sexo oral que já recebera em toda sua
vida. E ali também, naquele momento, colocara a boca, a língua, os sentidos em
algo que ela sempre imaginou que era feio e sujo. Em meio aquilo tudo, ela só
conseguia pensar em como era bom.
Se encontraram algumas outras vezes, mas a paixonite assim como veio, se
foi, sem explicação. A esposa nunca descobriu, sempre que pensa nisso sente um
certo orgulho de seu “crime perfeito”.